quarta-feira, 26 de maio de 2010

Salvem a professorinha!

Faz bom tempo que não escrevo nada que presta! Na verdade, faz bom tempo que não escrevo.


Dia desses fui respirar os ares civilizados da Corte. Aproveitei pra rever antigos amigos e um deles me disse a frase que eu mais temia ouvir: “Ana, seu vocabulário está um lixo!”.

Alguém um dia já disse que o meio faz o homem. Não estava enganado. Tenho falado e escrito cada dia pior. Deve ser um fenômeno causado pela falta de necessidade ou mesmo impossibilidade de exercitar o vernáculo no meio em que vivo hoje. Todos sabem que Macaé é a capital nacional do Petróleo e que aqui se ganha dinheiro fácil. O que quase ninguém sabe é que aqui atua a PETOBRAS [sic], que as luzes são INTERMINENTES [sic], e que com o boom na construção civil é necessário que se faça muito REZISTRO [sic] das PROPIEDADES [sic]. Como se tudo isso não fosse suficiente, parece que Macaé por pura ironia escolhe colocar nos mais altos cargos as pessoas com maior dificuldade de seguir uma linha lógica de raciocínio. Ontem mesmo tive que contar para a gerente de RH (que me ouvia às gargalhadas) que era impossivel explicar para uma outra gerente que o fato dela desligar o seu computador e levá-lo para casa não impediria o TI de testar a rede com um outro computador, porque naquele nível de raciocínio o ar já ficava rarefeito e a cidadã já não falava coisa com coisa!

No final desse um ano e seis meses nesta terra de Malboro, acho que entreguei os pontos. É como dizia meu falecido pastor: A linguagem tem que comunicar. A minha linguagem parece não comunicar por aqui, meu vocabulário aqui não serve. Acho que inconscientemente eu estou me rendendo ao dialeto macaense.

Profilaxia: ler todos os livros da graduação novamente!