segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Paz! Paz? Paz. Paz... Paz,

Criança brincando no balanço numa área já ocupada pelo Estado no Complexo do Alemão.


   Todos os anos eu vou à Amaral Peixoto (Niterói) para assistir o desfile de 7 de setembro. Via sempre toda aquela exibição de armas, belos uniformes - tenho um fraco por uniformes - e tanques de Guerra... Acontece que bem em frente a esta avenida, assistindo de camarote ao desfile, fica o Morro do Estado que já foi um dos mais violentos da região. E eu ficava me indagando sobre o motivo da inércia das forças armadas, do por quê do Estado não se unir ao Governo Federal e usar este potencial bélico para subir os morros e tirar o poder das mãos dos criminosos. E nada era feito. Parecia que as nossas forças armadas só serviam para guardar monumentos históricos, fazer visitas guiadas em fortes e oferecer ajuda à ONU em missões de paz outros paízes. E o Rio de Janeiro numa guerra perdida...
Mas eis que meus olhos testemunharam o que parecia irrealizável: todas polícias e todas forças armadas juntas, sem guerra de vaidade nem disputa de comando entrando num dos territórios mais difíceis de se tomar e complexo em todos os sentidos da palavra. Apoio logístico da marinha, conhecimento de terreno do Bope, inteligência da pilícia como um todo, efetivo de guerra do exércio, atitude de homem do Ministro a Defesa quando não deu trela à rasgação de seda por parte do Governador e disse que não havia o que agradecer por ele estava apenas cumprindo com sua obrigação. E como coroa disto tudo, o apoio da população destas comunidades carentes que estavam aliviadas e não se sentiam mais ameaçadas pelas forças policiais nem pelas forças armadas. É claro que este seve em muito à repercução do filme Tropa de Elite e a popularidade obitida pelo BOPE a partir do mesmo.
    O que tenho ouvido de ontem pra hoje, na sua maioria saído da boca dos intelectualóides de esquerda é: "O Estado alimentou um monstro e agora vem matá-lo para sair de herói", ou, "o Sérgio Cabral tem vida política e nunca fez nada, por que fazer só agora? Ele também é culpado". Peço licença poética para as palavras a seguir, mas Porra! Se o Estado não faz merda nenhuma e so gasta com o que não é necessário ele é ladrão, corrupto e omisso. Aí, se o Estado resolve levantar a bunda da cadeira e fazer alguma coisa, ainda que já tarde, ele é oportunista, populista e palanqueiro?
   Eu não votei no Sérgio Cabral, mas adimito que ele está fazendo neste momento pelo Rio de Janeiro o que tem que ser feito, o que há muito deveria ter sid feito por ele e pelos outros tantos que já mamaram nesta vaca gorda. Existem policiais corruptos sim, mas aqueles homens que estão lá nesta operação deste quinta-feira, e que não vêem suas mulheres, filhos e familias à dias estão prestando um senhor serviço ao Estado, à população e à Nação.  Esses homens que se arriscam todos os dias ganham um salário de miséria, um soldado do BOPE ganha somente 20% a mais do que um PM. Aí eu tenho que ouvir gente por aí dizendo que a operação foi fácil demais e que só pode é haver um acordo entre policiais e traficantes? Que as armas não estão aparecendo e que com todo esse efetivo eles já teriam que ter prendido todo mundo?
Pelo amor de Deus, esses homens só entraram lá ontem.

Tudo isso começou apenas na quinta-feira. E vejam quanto eles já fizeram... O que me mata de raiva é que esses imbecis que querem que o BOPE e Cia LTDA tomem o complexo em 24h, na sua maioria, nunca estiveram lá, nem tem noção do tamanho e do que é aquilo. Eu tenho um tio com família que mora no Complexo do Alemão, bem ali em frente a onde está a concentração da operação em Olaria. Fui lá duas vezes pra não voltar mais. É como olhar pro mar e procurar o fim. Não acaba! É impossivel se tomar todo ao mesmo tempo, só se homens das policias e das forças armadas fossem onipresentes. Mas mesmo assim, apesar das perguntas imbecis dos repórteres e da tentativa incasável da mídia de pôr tudo à perder, nossos heróis estão sendo irrepreensíveis.
                 Nós precisamos treinar a nossa polícia, botar o exército na rua quando se fizer necessário antes de emprestá-lo pro Haiti, melhorar os salários dos policiais e criar uma política de segurança pública. Isto não vai acabar com a operação no Alemão e nem vai acabar em uma semana. Mas precisamos estar preparados pra sufocar qualquer tentaiva de contra-ataque. é como aparar a grama, um exercício contínuo em prol de um jardim livre de pragas e bonito.
                 Os norte-americanos já fincaram sua bandeira na Lua (dizem eles) nós agora é que estamos começando a fincar a nossa no alto dos nossos morros, e se o trabalho não for interrompido ainda veremos esta cena se repetir muitas vezes onde falta chegar.


Bandeiras do Brasil e do Estado do Rj no alto do Complexo do Alemão.

É como diz o hino: Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil!






quarta-feira, 26 de maio de 2010

Salvem a professorinha!

Faz bom tempo que não escrevo nada que presta! Na verdade, faz bom tempo que não escrevo.


Dia desses fui respirar os ares civilizados da Corte. Aproveitei pra rever antigos amigos e um deles me disse a frase que eu mais temia ouvir: “Ana, seu vocabulário está um lixo!”.

Alguém um dia já disse que o meio faz o homem. Não estava enganado. Tenho falado e escrito cada dia pior. Deve ser um fenômeno causado pela falta de necessidade ou mesmo impossibilidade de exercitar o vernáculo no meio em que vivo hoje. Todos sabem que Macaé é a capital nacional do Petróleo e que aqui se ganha dinheiro fácil. O que quase ninguém sabe é que aqui atua a PETOBRAS [sic], que as luzes são INTERMINENTES [sic], e que com o boom na construção civil é necessário que se faça muito REZISTRO [sic] das PROPIEDADES [sic]. Como se tudo isso não fosse suficiente, parece que Macaé por pura ironia escolhe colocar nos mais altos cargos as pessoas com maior dificuldade de seguir uma linha lógica de raciocínio. Ontem mesmo tive que contar para a gerente de RH (que me ouvia às gargalhadas) que era impossivel explicar para uma outra gerente que o fato dela desligar o seu computador e levá-lo para casa não impediria o TI de testar a rede com um outro computador, porque naquele nível de raciocínio o ar já ficava rarefeito e a cidadã já não falava coisa com coisa!

No final desse um ano e seis meses nesta terra de Malboro, acho que entreguei os pontos. É como dizia meu falecido pastor: A linguagem tem que comunicar. A minha linguagem parece não comunicar por aqui, meu vocabulário aqui não serve. Acho que inconscientemente eu estou me rendendo ao dialeto macaense.

Profilaxia: ler todos os livros da graduação novamente!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vídeos de Aldeia Velha

Eu hoje iria escrever um texto sobre a parceria entre Brasil e Irã e a boa vontade do Celso Amorim em irriquecer urânio dos nossos amigos terroristas, com a desculpa de que eles se comprometeram em usar apenas como combustível... Mas aí decidi não perder meu tempo nem o de vocês com essa gente. Se eles querem a inimizade dos EUA e a de Israel (o que é muito mais preocupante), é problema deles. Eu peço azilo político à Inglaterra ou, na pior das hipóteses, me escondo em Aldeia Velha mesmo.

Para aqueles amiguinhos que não foram conosco à Aldeia Velha, mas gostariam de ver os vídeos, segue muito entrenimento abaixo! Chorem de rir!!

Pesquisa Antropológica parte I - Carlos Sandoval I

Pesquisa Antropológica Parte II - o ataque do nativo


Racismo cavalar

sexta-feira, 16 de abril de 2010


Que o presidente tem uma coleção de bonés do MST, a gente sabe. Mas e a famigerada reforma agrária? Chegamos ao final de mais um mandato e nada! Hoje, passeando pela internet, me deparei com a seguinte informação: "o número de conflitos no campo bate récorde no governo Lula".
Nem durante o governo FHC, que foi quando os conflitos se tornaram mais ousados (atingindo o número de 800 conflitos/ano) a coisa não ficou tão feia.
Mas pensem comigo, caros leitores: se os marginais, digo, militantes do MST já se sentiam no direito de reivindicar e protestar no governo do Fernando Henrique, eles tinham mais é que tocar o terror no Lulinha. Afinal, um movimento de gente sem lugar pra morar e produzir, não pode gastar os tubos pra sustentar o presidente à base de bonés e camisas sem nunca ver a tal da Reforma Agrária.
Fico eu aqui imaginando qual seria a "medida provisória" que o presidente criaria se o MST invadisse um "popriedadi" dele...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Alforrias condicionais no Rio Grande do Norte em 2010.


Eu sempre disse que Macaé era uma grande fazenda digna do Antigo Regime, mas em nada se compara ao Nordeste.


Como alguns leitores sabem, trabalho numa empresa petrolífera em Macae. Dia desses, precisando alugar um micro-ônibus em Alto do Rodrigues (lugarejo perdido bem depois de Mossoró, onde temos sondas de terra) para cumprir com as exigências de um contrato junto à Petrobras, fechei com uma empresa do RN. De início já achei esquisito porque George era o sócio-gerente, mas nada resolvia. Tudo devia ser tratado com seu irmão Sinval. Entendi de pronto que Sinval devia ser o irmão mais velho que tomava todas as decisões e me dei por satisfeita de ter encontrado o que eu procurava: ônibus com motorista.

Qual não foi a minha surpresa quando ontem, ao ser informada pelo meu chefe que o motorista de Sinval não tinha carteira assinada e que por isso não seria aceito pela Petrobras, constato que o nome do pobre era EDIVALDO MULATINHO DA COSTA.

Gente! Era uma carta de alforria gratuita condicional como aquelas que estudei no meu projeto de iniciação científica:
       “ Aos oito dias do mês de abril do anno de dois mil e dez de Nosso Senhor Jesus Cristo, na Villa de    Alto do Rodrigues, o sr. Sinval alforria seu escravo Edivaldo Mulatinho da Costa [da África] por seus bons serviços, com a condição de servi-lo em vida”.

Perfeito!

Mas não se preocupem! Obrigaremos Sinval a assinar a carteira do mulatinho.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Apoiando Demóstenes Torres e o No race.


Fui cotista. Ingressei na Universidade do Estado do Rio de Janeiro em abril de 2004. Àquela época, todo universitário que ingressava pelo sistema de cotas era de pronto beneficiado por uma bolsa de seis meses, que sempre era renovada por mais seis. Durante este um ano ficamos literalmente “mamando nas tetas do governo”, uma vaca premiada! Recebíamos míseros R$ 190,00 mensais, e não precisávamos fazer nada para justificá-los, enquanto quaisquer outros alunos não-cotistas e também bolsistas trabalhavam as suas 20h semanais, prestavam conta de sua produção científica em relatórios e recebiam os mesmo valor. Aí me pego pensando: será que esta é mais uma prática de reparação? Será que por ter antepassados afrodescendentes escravizados pelos eurodescendentes, eles querem agora que a galera da melanina acentuada não precise trabalhar pra receber enquanto os“branquelos” vão pro eito? Isto já era um absurdo no início, mas a coisa foi piorando. Já quando estava prestes a me formar - faltando quase um ano - um amigo me disse que meu nome estava numa lista para receber uma bolsa de incentivo à graduação (BIG), paga pela FAPERJ. Achei muito estranho que selecionassem uma formanda, bolsista de iniciação cientifica do CNPq, que já recebera ajuda de custo por ser cotista durante o primeiro ano de faculdade, para ainda receber uma bolsa da FAPERJ. Desta vez eu teria que trabalhar, mas o absurdo ainda estava por vir. O negócio era o seguinte, parece que daqui para frente, para ser bolsista seria necessário ser cotista. Cada professor teria direito a três bolsas BIG, no valor de R$214,00, que só poderiam ser concedidas a cotistas. Isto é um absurdo. Bolsa sempre foi uma questão de merecimento, talento, mas passou a ser esmola. E muitos cotistas - os inteligentes, esforçados, merecedores – já são bolsistas de projetos de professores há tempos (o que, modéstia à parte, foi o meu caso). Como não se pode acumular bolsas, o que tem acontecido é que não se conseguem cotistas o suficiente para preencher as vagas de bolsas BIG oferecidas. Por outro lado, alunos não-cotistas que moram distante, que não têm emprego, que vêm de famílias pobres, que precisam muito de míseros R$214,00, não podem preencher as vagas ociosas dos cotistas. Isto é racismo, é irascível, é cruel. Eu fui cotista porque descendo de negros (por parte de pai, o que inclui aquela minha tia Doralice que queria limpar a barriga das filhas), mas ninguém levou em consideração os meus bisavós portugueses (por parte de mãe). Todos nós somos meio africanos, meio europeus, meio indígenas, e por aí vai. Sou cotista, mas não vão me tornar racista, nazista. Estou aqui tomando as dores dos brasileiros de todas as cores que entram legitimamente numa universidade pública estadual e mesmo merecendo têm o seu direito à recompensa de seu talento negado por uma cambada de idiotas racistas que, infelizmente, estão mandando neste país.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ECO PORN

Email para meu padrinho, que decidi compartilhar com vocês:


05/04/2010, segunda-feira

Padrinho, essa eu preciso te contar!


Nesta semana santa fui acampar com o Eduardo (aquele meu ex-namorado que vcs conheceram) e com uns amigos nossos lá em Aldeia Velha, na divisa entre Casimiro de Abreu e Silva Jardim. É um lugar cheio de cachoeiras e super “alternativo”. Fomos lá pra um festival de Rock, o Aldeia Rock Festival, que também é conhecido como “ the little woodstock”. Ontem foi o último dia e a gente resolveu ir numa cachoeira mais distante e pra isso precisávamos que uns amigos hippies que estavam no campping do próprio festival (o que não era o nosso caso porque eu sou limpinha demais para aquilo, e aquele lugar praticamente não tinha chuveiro talvez porque o publico alvo não fizesse questão) fossem nossos guias. Enquanto nós os esperávamos, percebi uma tenda com umas pessoas muito loiras e muito estranhas na minha frente, também tinha uma faixa escrito “ECO PORN” e logo abaixo “SAVE THE PLANET”. Não entendi muito bem. O cara fazia uma bebida estranha e as meninas com umas roupas mal acabadas que pareciam lingerie. Enquanto eu olhava com estranheza as imagens num cartaz que pareciam ter sido tiradas do kama sutra, só que numa versão ecológica, desenhada na floresta, uma mocinha muito drogada veio me explicar do que se tratava.

Ela me perguntou se eu estava entendendo o que era e eu disse que não. Então ela explicou e me disse: Eles são estrangeiros (dois americanos e uma alemã) e vão viajando pelo mundo procurando voluntários que aceitem fazer sexo com seus parceiros ou com um deles em cenários como este – florestas, chachoeiras, praias – e filmam o ato como se fosse um filme pornô. Ninguém ganha dinheiro por isso, pois é um trabalho voluntário por uma causa maior. Os vídeos são divulgados no site deles e os acessos são pagos. Todo o dinheiro arrecadado no site é doado para ongs que lutam pela preservação da natureza e salvação do planeta.

Eu e minha criação cristã ocidental, que mesmo depois de ter largado o redio da santa madre Igreja ainda é uma criação Católica Romana, não pudemos deixar de fazer cara de espanto. Tentei disfarçar para não ofender a hiponga com a minha expressão mais do que aquilo tudo estava me constrangendo. Afinal, eu era quem estava no ambiente errado ali.

Mas fiquei chocada!

Voltei louca de vontade de te contar, talvez fosse essa uma modalidade de pornô que você ainda não conhecesse. Mas é tão dificil te apresentar algo que você não conheça!

É pena que eles não tivessem pra vender os DVDs, fica tudo no site e, do alto do meu espanto esqueci de anotar o endereço. Mas deve ser algo bem bizarro, beirando o engraçado!

Até que a experiência não foi de todo ruim: conheci gente que não usa sabão ou pasta de dente, banhos só de cachoeira, e são felizes assim (de fato nem cheiram tão mal); vi pessoas rolando na lama feito porcos felizes depois de tomarem chá de cogumelo; terminei de vez a história com o ex; não me droguei; não fiquei de porre, também não fiz sexo; dancei rock; ri bastante e me dei conta de quanto banho quente, cosméticos e a minha cama box são importantes pra mim!



Saudades tuas!



Beijos



PS: Não vai contar pras minhas tias, senão elas já vão querer me encaminhar pra uma clínica de reabilitação!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Limpando a Barriga




Sabe que eu tinha uma tia-avó, chamava-se Doralice, que vivia a repetir para as suas filhas: "vocês tem que limpar a barriga!".
Pode não fazer muito sentido hoje em dia, pros cidadãos que tem seus ouvidos empreenhados pelas bobajadas dos movimentos negros da vida. Mas naquela época, talvez lá pelos idos de 1950 (isso porque sou a raspa do tacho do meu pai, que ja é um senhor de 70 anos), ser preto na concepção dela era ter a barriga suja, ou seja, se não casasse com um branco pra dar uma clareada a filharada só escurecia, encardia e os cabelos ficavam cada vez mais dificeis de pentear. Quero que se prendam ao detalhe dos cabelos, caros leitores, porque naquela época o negócio era passar pente quente - aqueles pentes de ferro que você põe no fogão e depois o passa fervendo nos cabelos afim de alisá-los - as pastinhas mágicas e as maravilhas do formol ainda eram desconhecidas. É muito bonito dizer que cabelo black é estiloso, o brabo é pentear, domar, manter e  é até difícil de molhar! Mas vamos continuando na minha família...
Quando eu era criança, entre um choro desesperado e outro enquanto mãe e tias lutavam com a minha vasta cabeleira para penteá-la eu sempre ouvia a minha tia Cecília (a única que tinha casado com um descendente de europeu legítimo e que procriou cabelos lisos) dizer pra Carla, sua filha, que não ousasse jogar todo o esforço dela fora casando com um "neguinho" porque ela não passaria a vida a trançar o cabelo das crianças nem a passar ferro quente, já que o traste com quem ela tinha casado so deixaria mesmo de herança o cabelo maleável de Carla. Esta última casou-se com um afrodescendente legítimo...


Mas eu queria mesmo chamar a atenção para a foto acima. É da familia da minha mãe. Reparem que a primeira geração de primos tem uma certa quantidade de quimica no cabelo e a tez amarronzada. ja os pequenos são alvos, cabelos lisos cor de mel e tem olhos azuis. os outros dois que não estão na foto seguem o mesmo padrão. Pensamos então: será que entramos por cotas na familia, ou fomos os projetos-piloto que não deram muito certo e num aprimoramento da produção um modelo mais bonitinho e com o defeito capilar solucionado foi implementado?
Fato é que houve uma limpeza de barriga, como queria minha tia Doralice. Mas é também bem provável que ela volte a ser sujada. Sabe por que? Porque a precupação da minha tia não era genuinamente racismo, era de alguém que ja sentiu a dor de um pente tirano num cabelo duro e que não queria isso pros seus netos. Mas casou-se com um mulato, porque o amor se dá pelas pessoas e não pelos cabelos ou cor de pele.
Acho que hoje, entre todos os meus primos, eu sou a mais mulata. Mas prometo observar as futuras proles e mostrar pra vocês que essa separação de raças que o movimento negro prega é pura jogada de marketing e que essa parada de assumir cabelo duro e revoltoso é coisa de gente preguiçosa. Sou muito mais feliz e livre (ou liberta, se entender isso como uma alforria) depois da progressiva!

terça-feira, 16 de março de 2010

E Joaozinho tinha motivos pra ser desconfiado!


Outra do Joãozinho, aliás muito oportuna!!!
Piadinha enviada por Ana Lívia





Dilma foi a uma escola conversar com as criancinhas, acompanhada de uma comitiva.

Depois de apresentar todas as maravilhosas propostas para seu governo (se eleita), disse às criancinhas que iria responder perguntas.

Uma das crianças levantou a mão e Dilma perguntou:

- Qual é o seu nome, meu filho?

- Paulinho.

- E qual é a sua pergunta?

- Eu tenho três perguntas.

- A primeira é "Onde estão os milhões de empregos prometidos na campanha presidencial passada?"

- A segunda é "Quem matou o Prefeito Celso Daniel?"

- E a terceira é "A senhora sabia dos escândalos do mensalão ou não?".

Dilma fica desnorteada, mas neste momento a campainha para o recreio toca e ela aproveita e diz que continuará a responder depois do recreio.

Após o recreio, Dilma diz:

- OK, onde estávamos? Acho que eu ia responder perguntas. Quem tem perguntas?

Um outro garotinho levanta a mão e Dilma aponta para ele.

- Pode perguntar, meu filho.

- Como é seu nome?

- Joãozinho, e tenho cinco perguntas:

- A primeira é "Onde estão os milhões de empregos prometidos na campanha

presidencial passada?"

- A segunda é "Quem matou o Prefeito Celso Daniel?"

- A terceira é "A senhora sabia dos escândalos do mensalão ou não?"

- A quarta é "Porque o sino do recreio tocou meia hora mais cedo?".

- A quinta é "Cadê o Paulinho?”

 
A título de curiosidade, vai o link para a lendária ficha criminal da ministra (O Minstério da Casa Civil Adverte: nenhuma dessas acusações contra a candidata à presidência da república foram provadas até hoje!): http://ofca.com.br/artigos/2009/07/11/110709-a-ficha-criminal-e-os-diplomas-de-dilma/

segunda-feira, 15 de março de 2010

Rosinha, Serginho, choro e outras coisinhas de um país criança!


Gente! Macaé e adjacências estão numa agitação só por causa da emenda Ibsen Pinheiro – aquela que quer distribuir os royalties do petróleo pora todos os Estados do Brasil por entender que os tesouros encontrados no mar são pertencentes à União e não aos Estados. Ainda não sei se acho a emenda boa ou ruim, não tenho opinião formada sobre ela (confesso que lá no fundinho eu até acho que existe muita coerência na idéia, mas não sei se a execução da mesma tem sido feliz ad forma que tem se querido).

Ta tudo muito bonito!, Sergio Cabral anda a inflamar as multidões com suas lágrimas e palavras bonitas – ele como todo bom político por vocação, domina o vernáculo –, Rosinha Mateus dá sua solidariedade a Cabral, o drama todo já põe em risco Copa e Olimpíadas, quarta-feira será decretado ponto facultativo para que os funcionários públicos vão para a rua protestar (me engana, neném!). Até aí tudo certo. O que ninguém comentou até agora foi: Quem é Ibsem Pinheiro? Qual a legenda dele? Qual a legenda do Governo que vai ser mais prejudicado com a apravação da emenda Ibsem? E qual é a bancada que apoia o Presidente Lula, que anda prometendo o veto da emenda?

É, caros leitores! O Ibsen foi eleito pelo PMDB do Rio Grande do Sul. A emenda de autoria dele atinge diretamente o Rio de Janeiro do governador Sérgio Cabral, do PMDB. O presidente Lula disse que garante que a emenda não passa, dando a entender que ele a vetará se passar pelo Senado, ou seja, vetaria uma emenda da base aliada ao governo dele! É só no Brasil que essas coisas acontecem, minha gente! Esse tal de Ibsen, ainda que viesse com uma proposta que acabasse com a seca no Nordeste usando os recursos do petróleo (e ainda que achasse isso um feito extraordinário), devia levar um puxão de orelha do partido por colocar em maus lençóis um governo de mesma bancada. Isso é partido políco: um bloco único formado por aliados que tem ideais em comum. Este cara é quase um discidente, um desertor. Como bem salientou meu amigo Budão esser dias, esse é o tipo de decisão que deveria antes ser aprovada pelo partido no âmbito Nacional, pela sua magnitude, e depois sim ser levado ao voto da Câmara. Isso é reflexo da nossa desorganização político-partidária. Criam-se partidos no Brasil numa escala maior do que se fazem filhos no nordeste. Nessas horas é que eu invejo a complexibilidade do sistema político e eleitoral Norte-americano.

O brasileiro precisa aprender a votar, e os eleitos precisam aprender a respeitar as malditas coligações. Tenho a impressão que ainda temos aquela visão separatista e individualista de 200 anos atrás. É cada Estado correndo pra cada lado, fazendo a sua própria “revolta nativista”.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Estrelando: "Lula e o Camarão"

Ai do Brazil, se Dilma for eleita!

                                     O Camarão                                             A Lula

Pra mim chega! Todos viram que eu republiquei um post antigo sobre Nelson Rodrigues pra ver se desanuviava as idéias, parava de falar de política, Cuba e essas bobajadas que os jornais publicam. Mas não dá!

Meu povo brasileiro, há muito mais coisa por traz de uma “simpática Lula sem dedo”, por vezes um camarão!

Abaixo seguem declarações do nosso molusco presidente e também de seu Chanceler (acho que nunca tive notícia de homo sapiens tão desprovido de sapiência em toda a minha vida) Celso Amorim por isso batizado por mim de Camarão.



O presidente qualificou a única forma de protesto não reprimido em Cuba, a greve de fome, de uma "insanidade". "Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem libertação", disse. (O Estado de São Paulo)



Quando indagado sobre a comparação de Lula, Amorim afirmou: "Eu não estou constrangido." E acrescentou: "Se alguém está interessado em uma evolução política em Cuba, eu tenho a receita rápida: acabe com o embargo. Isso vai trazer grandes mudanças em Cuba", disse o chanceler, referindo-se ao bloqueio econômico imposto pelos EUA desde 1962. (O Estado de São Paulo)



Amorim ainda tentou justificar as declarações de Lula como uma autocrítica do presidente - que fez uma greve de fome nos anos 80 (mais informações na página A14) - a essa forma de protesto. "(Ele) estava exprimindo apenas algo sobre a greve de fome", defendeu. Mas distinguiu ainda duas atitudes requeridas do governo brasileiro. "Uma coisa é defender a democracia, os direitos humanos, o direito de falar, como fazemos. Outra coisa é você sair dando apoio a tudo quanto é dissidente no mundo. Isso não é (nosso) papel." (O Estado de São Paulo)



A alternativa adotada pelo Brasil, segundo Amorim, é falar "discretamente" com o governo cubano sobre esses temas e evitar as condenações públicas, que "não têm efeito prático". Para ele, a mudança na orientação política de Havana será produto do desenvolvimento econômico e do bem-estar da população. A melhor contribuição do Brasil, disse, será o aumento do investimento e a realização de obras de infraestrutura. "Essas condições melhores para o povo cubano trarão, naturalmente, melhora nos aspectos políticos de Cuba." (O Estado de São Paulo)



Como diria Jack, vamos por partes:

O nosso governante, que hoje em dia já sabe fazer algumas concordâncias verbais e nominais, apesar de já ter aprendido palavras como "inexorável", ainda não sabe a diferença entre presos políticos e criminosos que matam pessoas e estupram criancinhas? Terá Lula esquecido dos seus tempos de mocidade? E se ele compara os presos políticos de Cuba aos criminosos de São Paulo, qual seria a razão de terem sido pagas tantas indenizações nos seus governos aos que foram presos políticos nos tempos de ditadura brasileira? Os amigos dele, que foram encarceirados por se opor ao governo da época certamente não eram como os criminosos de São Paulo, ou eram?

Vamos desviar o foco: Celso Amorim! Ah! Que mente!

Agora, segundo o nosso Chanceler Camarão (nem preciso explicar porque ele é um camarão...), a miséria de Cuba é culpa do embargo econômico "estadounidense". Não é fruto de um regime ditatorial, repressor, terrorista, que proibe seus atletas de saírem do país, que não permite que os cidadão experimentem uma vida mais digna, que prende e tortura pessoas por pensarem diferente, e que no fim das contas parece nunca ter lido o Manifesto ou o Capital.

E por último, não menos importante, a atitude diplomática que o nosso camarão resolve tomar diante da intransigência cubana e da boçalidade lulística é "falar discretamente". Como assim? Diplomacia de buteco? Nem se Fidel Castro e Raul fossem tios dele! Relações diplomáticas não se fazem fumando charutos. Não é assim que um governo tem que se pronunciar.

Essa frase dele me remete àquela foto num dos posts abaixo onde Fidel aparece com o tão comentado casaco da Nike. Estão todos na sala de casa brincando de fazer Política.



Aê, ô Celso Amorim: te desafio pra uma partida de War. Duvido que você dure mais que duas rodadas no tabuleiro!



Cada povo escolhe o governante que merece, mas cuidado porque o Chanceler vem de brinde!

terça-feira, 9 de março de 2010

postando coisas do blog antigo: Nelson Rodrigues



- Alô, Eudóxia. Espera aí. Eu disse "espera aí". D. Noêmia, quer sair um instantinho?
ela sai. Sabino fala:
- Eudóxia, passei duas horas ligando pra aí. Ocupado, ocupado, que diabo!
- O telefone que não pára. Não parou o dia todo. Mas conta, conta. O que é que o Dr. Camarinha foi dizer? O que é que ele queria?
Ela baixa a voz:
-É gravidez? Responde. É?
Era demais:
- Eudóxia, toma juízo! Que é que você tem na cabeça? Você sabe o que eu acho, sinceramente, palavra de honra, que a mulher é mais pornográfica que o homem?
Insistia:
- Quer dizer que não é? Era isso que eu queria saber.
O outro limpa o pigarro:
-Olha, eu vou dar uma passadinha no Monsenhor Bernardo.

Não diria à mulher nenhuma palavra do que ouvira do Dr. Camarinha. Se ela sabe, põe a boca no mundo na mesma hora. Mulher nenhuma guarda segredo. Conta às amigas, às vizinhas, às criadas. Mulher não tem caráter.



O Casamento

Nelson Rodrigues



Mulher não tem caráter. Poderia esta ser uma verdade absoluta. Pois mulheres quando não estão mentindo, estão inventando ou repassando a invenção de outras.
"Todo canalha é magro" e "nenhuma mulher tem caráter." Nelson Rodrigues era mesmo um gênio.

Não é a toa que o primeiro relato de corrupção existente tem como protagonista uma mulher: Eva. Uma desocupada que ficava a passear pelo Éden, procurando sarna pra se coçar. Tanto procurou que achou. E seu castigo foi: "Seu desejo pertencerá somente ao teu marido, e este te governará." Mas, do alto da minha loucura me pego a pensar: Não seria o castigo dado a Eva um maior castigo para Adão?

Mulheres...

Tenho saudades da Grécia Clássica.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fidel x Cuba


Eles me provocaram…


Eu estava aqui, quietinha, evitando atacar Fidel porque reconheço que já é um senhor de idade. Minha mãe sempre me ensinou a respeitar os mais velhos, e meu ex-marido me fez desenvolver um certo carinho pela terceira-idade (Fofo, entenda como quiser!).

Olhem a fotografia acima. Onde está o erro?

No meu post anterior eu falava sobre o pobre que se matou de fome para protestar contra o governo cubano. Até aí tudo bem, direito dele! O detalhe é que Zapata era chamado de “mercenário a serviço do governo americano” somente por não aceitar a tirania de Fidel e a miséria que seu governo impunha ao povo. É um povo miserável porque o governo tolhe.

Já Fidel, caros leitores, aparece na fotografia acima usando um casaco da NIKE. Mas um vez lembro um frase do meu ex: “Deus está nos detalhes”! Que esses pseudo-revolucionários de meia tigela que as universidades públicas brasileiras produzem a torto e a direito usam tênis Adidas sujos (por que são porcos mesmo) a gente ta cansada de saber. Mas Fidel usando NIKE traumatiza até a mim que sempre fui direitista declarada. E eu que achei que fui genial ao brindar a renúncia dele com Coca-Cola. Se bobear, ele é um dos acionistas!

Os detalhes gritam, e os intelectualóides tupiniquins ainda usam blusas de Che Guevara, cantam a Internacional e querem fazer aqui la revolución...

E eu, direitista, não uso Nike porque acho caro.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Cuba x Cuba



Morreu ontem, num hospital no centro de Havana, um dos princinpais dissidentes políticos cubanos, Orlando Zapata. Sua morte foi fruto de uma greve de fome que durou 85 dias. O governo cubano foi informado sobre o frágil estado de saúde de Zapata, mas negou sua liberação. Até janeiro deste ano, Cuba mantinha 201 presos políticos, acusados de serem “mercenários à serviço dos Estados Unidos”.

É estranho que já nos dias atuais ainda se mantenham presos políticos,” prisioneiros de consciência” como era chamado Zapata. Mesmo em Cuba é de se estranhar, afinal o governo cubano já liberou a compra de torradeiras... (parece piada, teve um “q” de ironia, mas é verdade!)

Minha opniões são geralmente avessas aos governos esquerdistas. Mas, pela primeira vez na história vou etr que defender o governo Cubano. Zapata era sim um “prisioneiro de consciência”. A partir do momento em que o cidadão não concorda com o governo em vigor e o ataca diretamente, colocando a ordem do mesmo em risco, assume um lugar de destaque numa zona de perigo. Governos revolucionários tendem a reprimir todo e qualquer tipo de “subversão”. Apesar de não apoiar a prisão de Zapata, não posso achar que o governo Cubano teve culpa em sua morte. A prisão era um fato, o Estado cumpriu com sua obrigação de alimetá-lo. Quem resolveu parar de comer como forma de protesto foi o prisioneiro, e a morte foi consequência de sua decisão.

Que o governo revolucionário cubano tem que acabar, todos nós sabemos. Mas o motivo, certamente, não vai ser a voluntária morte de um protestante.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A luta pela água


Viver em comunidade é uma coisa difícil.
Na verdade, ultimamente eu tenho achado que a convivência comigo mesma é um desafio tremendo. Se já não bastasse eu ter que me suportar, preciso lidar com os pormenores do dia-a-dia. As imbecilidades do cotidiano me enlouquecem.
Para tirar uma criatura do sério existem as pessoas burras e as insuportáveis. As burras são aquelas que por uma incapacidade natural - que independe de sua vontade - são incapazes de compreender, exercutar ou aprender. A essas eu dou um desconto porque não pediram pra nascer assim, coitadas! As insuportáveis são aquelas que não adimitem aprender nada, e tem certeza de que sabem tudo. Com este tipo de gente não existe convívio ou diálogo possíveis. No ambiente profissional esta espécie se prolifera... Hoje enquanto o mundo do petróleo se acabava em problemas, um cidadão me fez discutir por causa do posicionamento de um bebedouro. É o cúmulo!
Desculpem o desabafo, mas eu precisava despejar em alguém!!!

E acabou o carnaval



Mascarada

(Zé Kéti e Elton Medeiros)

Vejo agora esse teu lindo olhar
Olhar que eu sonhei
E sonhei conquistar
E que num dia afinal conquistei, enfim

Findou-se o carnaval
E só nos carnavais
Encontrava-me sem
Encontrar este teu lindo olhar, porque

O poeta era eu
Cujas rimas eram compostas
Na esperança de que
Tirasses essa máscara


Que sempre me fez mal
Mal que findou só
Depois do carnaval



Neste ano resolvi me refugiar em Friburgo. Pensei: vou pra Serra, onde é frio e calmo. Vou dar paz ao meu coração. Já no ônibus conheci um belo rapaz que sentava-se no assento ao lado do meu. Um sorriso carnavalesco, ele tinha. Me ofereceu uma bala. Ah, aquela bala!  A conversa era dignia de um enredo nota dez. Certamente daria samba!
Resolvi ganhar aquele carnaval e convidá-lo pra me visitar. Ele aceitou e a noite foi apoteótica. Nunca havia tido um amor de carnaval antes... no lugar de do frio, a Serra ficou quente; a calma foi substituida por ansiedade, euforia, borboletas na barriga; eu que queria paz pro meu coração, me enamorei por um rapaz com Trevas no sobrenome. Acabou-se o meu sossego.
Findou-se o carnaval, eu troquei de máscara.
De volta à vida real e mais do que nunca ciente de que não fui feita para resistir a distâncias.