segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Paz! Paz? Paz. Paz... Paz,

Criança brincando no balanço numa área já ocupada pelo Estado no Complexo do Alemão.


   Todos os anos eu vou à Amaral Peixoto (Niterói) para assistir o desfile de 7 de setembro. Via sempre toda aquela exibição de armas, belos uniformes - tenho um fraco por uniformes - e tanques de Guerra... Acontece que bem em frente a esta avenida, assistindo de camarote ao desfile, fica o Morro do Estado que já foi um dos mais violentos da região. E eu ficava me indagando sobre o motivo da inércia das forças armadas, do por quê do Estado não se unir ao Governo Federal e usar este potencial bélico para subir os morros e tirar o poder das mãos dos criminosos. E nada era feito. Parecia que as nossas forças armadas só serviam para guardar monumentos históricos, fazer visitas guiadas em fortes e oferecer ajuda à ONU em missões de paz outros paízes. E o Rio de Janeiro numa guerra perdida...
Mas eis que meus olhos testemunharam o que parecia irrealizável: todas polícias e todas forças armadas juntas, sem guerra de vaidade nem disputa de comando entrando num dos territórios mais difíceis de se tomar e complexo em todos os sentidos da palavra. Apoio logístico da marinha, conhecimento de terreno do Bope, inteligência da pilícia como um todo, efetivo de guerra do exércio, atitude de homem do Ministro a Defesa quando não deu trela à rasgação de seda por parte do Governador e disse que não havia o que agradecer por ele estava apenas cumprindo com sua obrigação. E como coroa disto tudo, o apoio da população destas comunidades carentes que estavam aliviadas e não se sentiam mais ameaçadas pelas forças policiais nem pelas forças armadas. É claro que este seve em muito à repercução do filme Tropa de Elite e a popularidade obitida pelo BOPE a partir do mesmo.
    O que tenho ouvido de ontem pra hoje, na sua maioria saído da boca dos intelectualóides de esquerda é: "O Estado alimentou um monstro e agora vem matá-lo para sair de herói", ou, "o Sérgio Cabral tem vida política e nunca fez nada, por que fazer só agora? Ele também é culpado". Peço licença poética para as palavras a seguir, mas Porra! Se o Estado não faz merda nenhuma e so gasta com o que não é necessário ele é ladrão, corrupto e omisso. Aí, se o Estado resolve levantar a bunda da cadeira e fazer alguma coisa, ainda que já tarde, ele é oportunista, populista e palanqueiro?
   Eu não votei no Sérgio Cabral, mas adimito que ele está fazendo neste momento pelo Rio de Janeiro o que tem que ser feito, o que há muito deveria ter sid feito por ele e pelos outros tantos que já mamaram nesta vaca gorda. Existem policiais corruptos sim, mas aqueles homens que estão lá nesta operação deste quinta-feira, e que não vêem suas mulheres, filhos e familias à dias estão prestando um senhor serviço ao Estado, à população e à Nação.  Esses homens que se arriscam todos os dias ganham um salário de miséria, um soldado do BOPE ganha somente 20% a mais do que um PM. Aí eu tenho que ouvir gente por aí dizendo que a operação foi fácil demais e que só pode é haver um acordo entre policiais e traficantes? Que as armas não estão aparecendo e que com todo esse efetivo eles já teriam que ter prendido todo mundo?
Pelo amor de Deus, esses homens só entraram lá ontem.

Tudo isso começou apenas na quinta-feira. E vejam quanto eles já fizeram... O que me mata de raiva é que esses imbecis que querem que o BOPE e Cia LTDA tomem o complexo em 24h, na sua maioria, nunca estiveram lá, nem tem noção do tamanho e do que é aquilo. Eu tenho um tio com família que mora no Complexo do Alemão, bem ali em frente a onde está a concentração da operação em Olaria. Fui lá duas vezes pra não voltar mais. É como olhar pro mar e procurar o fim. Não acaba! É impossivel se tomar todo ao mesmo tempo, só se homens das policias e das forças armadas fossem onipresentes. Mas mesmo assim, apesar das perguntas imbecis dos repórteres e da tentativa incasável da mídia de pôr tudo à perder, nossos heróis estão sendo irrepreensíveis.
                 Nós precisamos treinar a nossa polícia, botar o exército na rua quando se fizer necessário antes de emprestá-lo pro Haiti, melhorar os salários dos policiais e criar uma política de segurança pública. Isto não vai acabar com a operação no Alemão e nem vai acabar em uma semana. Mas precisamos estar preparados pra sufocar qualquer tentaiva de contra-ataque. é como aparar a grama, um exercício contínuo em prol de um jardim livre de pragas e bonito.
                 Os norte-americanos já fincaram sua bandeira na Lua (dizem eles) nós agora é que estamos começando a fincar a nossa no alto dos nossos morros, e se o trabalho não for interrompido ainda veremos esta cena se repetir muitas vezes onde falta chegar.


Bandeiras do Brasil e do Estado do Rj no alto do Complexo do Alemão.

É como diz o hino: Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil!






quarta-feira, 26 de maio de 2010

Salvem a professorinha!

Faz bom tempo que não escrevo nada que presta! Na verdade, faz bom tempo que não escrevo.


Dia desses fui respirar os ares civilizados da Corte. Aproveitei pra rever antigos amigos e um deles me disse a frase que eu mais temia ouvir: “Ana, seu vocabulário está um lixo!”.

Alguém um dia já disse que o meio faz o homem. Não estava enganado. Tenho falado e escrito cada dia pior. Deve ser um fenômeno causado pela falta de necessidade ou mesmo impossibilidade de exercitar o vernáculo no meio em que vivo hoje. Todos sabem que Macaé é a capital nacional do Petróleo e que aqui se ganha dinheiro fácil. O que quase ninguém sabe é que aqui atua a PETOBRAS [sic], que as luzes são INTERMINENTES [sic], e que com o boom na construção civil é necessário que se faça muito REZISTRO [sic] das PROPIEDADES [sic]. Como se tudo isso não fosse suficiente, parece que Macaé por pura ironia escolhe colocar nos mais altos cargos as pessoas com maior dificuldade de seguir uma linha lógica de raciocínio. Ontem mesmo tive que contar para a gerente de RH (que me ouvia às gargalhadas) que era impossivel explicar para uma outra gerente que o fato dela desligar o seu computador e levá-lo para casa não impediria o TI de testar a rede com um outro computador, porque naquele nível de raciocínio o ar já ficava rarefeito e a cidadã já não falava coisa com coisa!

No final desse um ano e seis meses nesta terra de Malboro, acho que entreguei os pontos. É como dizia meu falecido pastor: A linguagem tem que comunicar. A minha linguagem parece não comunicar por aqui, meu vocabulário aqui não serve. Acho que inconscientemente eu estou me rendendo ao dialeto macaense.

Profilaxia: ler todos os livros da graduação novamente!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vídeos de Aldeia Velha

Eu hoje iria escrever um texto sobre a parceria entre Brasil e Irã e a boa vontade do Celso Amorim em irriquecer urânio dos nossos amigos terroristas, com a desculpa de que eles se comprometeram em usar apenas como combustível... Mas aí decidi não perder meu tempo nem o de vocês com essa gente. Se eles querem a inimizade dos EUA e a de Israel (o que é muito mais preocupante), é problema deles. Eu peço azilo político à Inglaterra ou, na pior das hipóteses, me escondo em Aldeia Velha mesmo.

Para aqueles amiguinhos que não foram conosco à Aldeia Velha, mas gostariam de ver os vídeos, segue muito entrenimento abaixo! Chorem de rir!!

Pesquisa Antropológica parte I - Carlos Sandoval I

Pesquisa Antropológica Parte II - o ataque do nativo


Racismo cavalar

sexta-feira, 16 de abril de 2010


Que o presidente tem uma coleção de bonés do MST, a gente sabe. Mas e a famigerada reforma agrária? Chegamos ao final de mais um mandato e nada! Hoje, passeando pela internet, me deparei com a seguinte informação: "o número de conflitos no campo bate récorde no governo Lula".
Nem durante o governo FHC, que foi quando os conflitos se tornaram mais ousados (atingindo o número de 800 conflitos/ano) a coisa não ficou tão feia.
Mas pensem comigo, caros leitores: se os marginais, digo, militantes do MST já se sentiam no direito de reivindicar e protestar no governo do Fernando Henrique, eles tinham mais é que tocar o terror no Lulinha. Afinal, um movimento de gente sem lugar pra morar e produzir, não pode gastar os tubos pra sustentar o presidente à base de bonés e camisas sem nunca ver a tal da Reforma Agrária.
Fico eu aqui imaginando qual seria a "medida provisória" que o presidente criaria se o MST invadisse um "popriedadi" dele...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Alforrias condicionais no Rio Grande do Norte em 2010.


Eu sempre disse que Macaé era uma grande fazenda digna do Antigo Regime, mas em nada se compara ao Nordeste.


Como alguns leitores sabem, trabalho numa empresa petrolífera em Macae. Dia desses, precisando alugar um micro-ônibus em Alto do Rodrigues (lugarejo perdido bem depois de Mossoró, onde temos sondas de terra) para cumprir com as exigências de um contrato junto à Petrobras, fechei com uma empresa do RN. De início já achei esquisito porque George era o sócio-gerente, mas nada resolvia. Tudo devia ser tratado com seu irmão Sinval. Entendi de pronto que Sinval devia ser o irmão mais velho que tomava todas as decisões e me dei por satisfeita de ter encontrado o que eu procurava: ônibus com motorista.

Qual não foi a minha surpresa quando ontem, ao ser informada pelo meu chefe que o motorista de Sinval não tinha carteira assinada e que por isso não seria aceito pela Petrobras, constato que o nome do pobre era EDIVALDO MULATINHO DA COSTA.

Gente! Era uma carta de alforria gratuita condicional como aquelas que estudei no meu projeto de iniciação científica:
       “ Aos oito dias do mês de abril do anno de dois mil e dez de Nosso Senhor Jesus Cristo, na Villa de    Alto do Rodrigues, o sr. Sinval alforria seu escravo Edivaldo Mulatinho da Costa [da África] por seus bons serviços, com a condição de servi-lo em vida”.

Perfeito!

Mas não se preocupem! Obrigaremos Sinval a assinar a carteira do mulatinho.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Apoiando Demóstenes Torres e o No race.


Fui cotista. Ingressei na Universidade do Estado do Rio de Janeiro em abril de 2004. Àquela época, todo universitário que ingressava pelo sistema de cotas era de pronto beneficiado por uma bolsa de seis meses, que sempre era renovada por mais seis. Durante este um ano ficamos literalmente “mamando nas tetas do governo”, uma vaca premiada! Recebíamos míseros R$ 190,00 mensais, e não precisávamos fazer nada para justificá-los, enquanto quaisquer outros alunos não-cotistas e também bolsistas trabalhavam as suas 20h semanais, prestavam conta de sua produção científica em relatórios e recebiam os mesmo valor. Aí me pego pensando: será que esta é mais uma prática de reparação? Será que por ter antepassados afrodescendentes escravizados pelos eurodescendentes, eles querem agora que a galera da melanina acentuada não precise trabalhar pra receber enquanto os“branquelos” vão pro eito? Isto já era um absurdo no início, mas a coisa foi piorando. Já quando estava prestes a me formar - faltando quase um ano - um amigo me disse que meu nome estava numa lista para receber uma bolsa de incentivo à graduação (BIG), paga pela FAPERJ. Achei muito estranho que selecionassem uma formanda, bolsista de iniciação cientifica do CNPq, que já recebera ajuda de custo por ser cotista durante o primeiro ano de faculdade, para ainda receber uma bolsa da FAPERJ. Desta vez eu teria que trabalhar, mas o absurdo ainda estava por vir. O negócio era o seguinte, parece que daqui para frente, para ser bolsista seria necessário ser cotista. Cada professor teria direito a três bolsas BIG, no valor de R$214,00, que só poderiam ser concedidas a cotistas. Isto é um absurdo. Bolsa sempre foi uma questão de merecimento, talento, mas passou a ser esmola. E muitos cotistas - os inteligentes, esforçados, merecedores – já são bolsistas de projetos de professores há tempos (o que, modéstia à parte, foi o meu caso). Como não se pode acumular bolsas, o que tem acontecido é que não se conseguem cotistas o suficiente para preencher as vagas de bolsas BIG oferecidas. Por outro lado, alunos não-cotistas que moram distante, que não têm emprego, que vêm de famílias pobres, que precisam muito de míseros R$214,00, não podem preencher as vagas ociosas dos cotistas. Isto é racismo, é irascível, é cruel. Eu fui cotista porque descendo de negros (por parte de pai, o que inclui aquela minha tia Doralice que queria limpar a barriga das filhas), mas ninguém levou em consideração os meus bisavós portugueses (por parte de mãe). Todos nós somos meio africanos, meio europeus, meio indígenas, e por aí vai. Sou cotista, mas não vão me tornar racista, nazista. Estou aqui tomando as dores dos brasileiros de todas as cores que entram legitimamente numa universidade pública estadual e mesmo merecendo têm o seu direito à recompensa de seu talento negado por uma cambada de idiotas racistas que, infelizmente, estão mandando neste país.