segunda-feira, 15 de março de 2010

Rosinha, Serginho, choro e outras coisinhas de um país criança!


Gente! Macaé e adjacências estão numa agitação só por causa da emenda Ibsen Pinheiro – aquela que quer distribuir os royalties do petróleo pora todos os Estados do Brasil por entender que os tesouros encontrados no mar são pertencentes à União e não aos Estados. Ainda não sei se acho a emenda boa ou ruim, não tenho opinião formada sobre ela (confesso que lá no fundinho eu até acho que existe muita coerência na idéia, mas não sei se a execução da mesma tem sido feliz ad forma que tem se querido).

Ta tudo muito bonito!, Sergio Cabral anda a inflamar as multidões com suas lágrimas e palavras bonitas – ele como todo bom político por vocação, domina o vernáculo –, Rosinha Mateus dá sua solidariedade a Cabral, o drama todo já põe em risco Copa e Olimpíadas, quarta-feira será decretado ponto facultativo para que os funcionários públicos vão para a rua protestar (me engana, neném!). Até aí tudo certo. O que ninguém comentou até agora foi: Quem é Ibsem Pinheiro? Qual a legenda dele? Qual a legenda do Governo que vai ser mais prejudicado com a apravação da emenda Ibsem? E qual é a bancada que apoia o Presidente Lula, que anda prometendo o veto da emenda?

É, caros leitores! O Ibsen foi eleito pelo PMDB do Rio Grande do Sul. A emenda de autoria dele atinge diretamente o Rio de Janeiro do governador Sérgio Cabral, do PMDB. O presidente Lula disse que garante que a emenda não passa, dando a entender que ele a vetará se passar pelo Senado, ou seja, vetaria uma emenda da base aliada ao governo dele! É só no Brasil que essas coisas acontecem, minha gente! Esse tal de Ibsen, ainda que viesse com uma proposta que acabasse com a seca no Nordeste usando os recursos do petróleo (e ainda que achasse isso um feito extraordinário), devia levar um puxão de orelha do partido por colocar em maus lençóis um governo de mesma bancada. Isso é partido políco: um bloco único formado por aliados que tem ideais em comum. Este cara é quase um discidente, um desertor. Como bem salientou meu amigo Budão esser dias, esse é o tipo de decisão que deveria antes ser aprovada pelo partido no âmbito Nacional, pela sua magnitude, e depois sim ser levado ao voto da Câmara. Isso é reflexo da nossa desorganização político-partidária. Criam-se partidos no Brasil numa escala maior do que se fazem filhos no nordeste. Nessas horas é que eu invejo a complexibilidade do sistema político e eleitoral Norte-americano.

O brasileiro precisa aprender a votar, e os eleitos precisam aprender a respeitar as malditas coligações. Tenho a impressão que ainda temos aquela visão separatista e individualista de 200 anos atrás. É cada Estado correndo pra cada lado, fazendo a sua própria “revolta nativista”.

3 comentários:

Unknown disse...

Ahm bem... achei que vc ia defender esse Ibsen Pinheiro. E não me venha de novo com esse papo de unidade nancional pra cima dos royaties do RJ não. Estou com Cabral, a nossa luta é legítima! Na constituição de 88 fizeram o descabimento de definir que o ICMS seria tributado no consumidor final (SOMENTE PARA PETROLEO), por esse carpicho, o maior produtor de petroleo da federação deixa de arrecadar algo na ordem dos 10 bilhoes de reais/ano em ICMS. Agora querem compartilhar os ROYALTIES que são uma compensação ao impacto da atividade exploratoria(Alegando que todos os estados e municipios tem direito ao lucro do petroleo pois este seria propriedade da união)

Outra linha argumentativa (a mais imbecil no meu ponto de vista) é de que os royalties são mal aproveitados. Há controvérsias. tenho alguns exemplos de bom aproveitamento, mas nao vou me alongar. O que me irrita é que, O FDP do prefeito que mal utiliza os Royalties, também mal utiliza o ISS o IPTU etc, etc etc... TEM QUE MUDAR O PREFEITO NÃO CORTAR A FONTE DE ARRECADAÇÃO. Se for pra ser assim, vamos cortar todos os impostos e iniciar uma sociedade anárquica. Que, diga-se de passagem, é o que vai ocorrer ao meu Rio de Janeiro, se essa emenda não for vetada pelo presidente. Presidente populista, medida de apelo popular, ano de eleição... sei não. to achando essa equação perigosa demais.

Ana Lívia disse...

daniel como sempre genial em suas argumentações.

*Mr. Tambourine* disse...

HAHAHAHAHAHA

A aula de Política Brasileira I explica as coligações partidárias brasileiras.

Resumo:

só servem na hora das eleições. De resto, é uma avacalhação total. Afinal, no Brasil, são 10.000 milhões de partidos.

Beijos!