quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vídeos de Aldeia Velha

Eu hoje iria escrever um texto sobre a parceria entre Brasil e Irã e a boa vontade do Celso Amorim em irriquecer urânio dos nossos amigos terroristas, com a desculpa de que eles se comprometeram em usar apenas como combustível... Mas aí decidi não perder meu tempo nem o de vocês com essa gente. Se eles querem a inimizade dos EUA e a de Israel (o que é muito mais preocupante), é problema deles. Eu peço azilo político à Inglaterra ou, na pior das hipóteses, me escondo em Aldeia Velha mesmo.

Para aqueles amiguinhos que não foram conosco à Aldeia Velha, mas gostariam de ver os vídeos, segue muito entrenimento abaixo! Chorem de rir!!

Pesquisa Antropológica parte I - Carlos Sandoval I

Pesquisa Antropológica Parte II - o ataque do nativo


Racismo cavalar

sexta-feira, 16 de abril de 2010


Que o presidente tem uma coleção de bonés do MST, a gente sabe. Mas e a famigerada reforma agrária? Chegamos ao final de mais um mandato e nada! Hoje, passeando pela internet, me deparei com a seguinte informação: "o número de conflitos no campo bate récorde no governo Lula".
Nem durante o governo FHC, que foi quando os conflitos se tornaram mais ousados (atingindo o número de 800 conflitos/ano) a coisa não ficou tão feia.
Mas pensem comigo, caros leitores: se os marginais, digo, militantes do MST já se sentiam no direito de reivindicar e protestar no governo do Fernando Henrique, eles tinham mais é que tocar o terror no Lulinha. Afinal, um movimento de gente sem lugar pra morar e produzir, não pode gastar os tubos pra sustentar o presidente à base de bonés e camisas sem nunca ver a tal da Reforma Agrária.
Fico eu aqui imaginando qual seria a "medida provisória" que o presidente criaria se o MST invadisse um "popriedadi" dele...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Alforrias condicionais no Rio Grande do Norte em 2010.


Eu sempre disse que Macaé era uma grande fazenda digna do Antigo Regime, mas em nada se compara ao Nordeste.


Como alguns leitores sabem, trabalho numa empresa petrolífera em Macae. Dia desses, precisando alugar um micro-ônibus em Alto do Rodrigues (lugarejo perdido bem depois de Mossoró, onde temos sondas de terra) para cumprir com as exigências de um contrato junto à Petrobras, fechei com uma empresa do RN. De início já achei esquisito porque George era o sócio-gerente, mas nada resolvia. Tudo devia ser tratado com seu irmão Sinval. Entendi de pronto que Sinval devia ser o irmão mais velho que tomava todas as decisões e me dei por satisfeita de ter encontrado o que eu procurava: ônibus com motorista.

Qual não foi a minha surpresa quando ontem, ao ser informada pelo meu chefe que o motorista de Sinval não tinha carteira assinada e que por isso não seria aceito pela Petrobras, constato que o nome do pobre era EDIVALDO MULATINHO DA COSTA.

Gente! Era uma carta de alforria gratuita condicional como aquelas que estudei no meu projeto de iniciação científica:
       “ Aos oito dias do mês de abril do anno de dois mil e dez de Nosso Senhor Jesus Cristo, na Villa de    Alto do Rodrigues, o sr. Sinval alforria seu escravo Edivaldo Mulatinho da Costa [da África] por seus bons serviços, com a condição de servi-lo em vida”.

Perfeito!

Mas não se preocupem! Obrigaremos Sinval a assinar a carteira do mulatinho.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Apoiando Demóstenes Torres e o No race.


Fui cotista. Ingressei na Universidade do Estado do Rio de Janeiro em abril de 2004. Àquela época, todo universitário que ingressava pelo sistema de cotas era de pronto beneficiado por uma bolsa de seis meses, que sempre era renovada por mais seis. Durante este um ano ficamos literalmente “mamando nas tetas do governo”, uma vaca premiada! Recebíamos míseros R$ 190,00 mensais, e não precisávamos fazer nada para justificá-los, enquanto quaisquer outros alunos não-cotistas e também bolsistas trabalhavam as suas 20h semanais, prestavam conta de sua produção científica em relatórios e recebiam os mesmo valor. Aí me pego pensando: será que esta é mais uma prática de reparação? Será que por ter antepassados afrodescendentes escravizados pelos eurodescendentes, eles querem agora que a galera da melanina acentuada não precise trabalhar pra receber enquanto os“branquelos” vão pro eito? Isto já era um absurdo no início, mas a coisa foi piorando. Já quando estava prestes a me formar - faltando quase um ano - um amigo me disse que meu nome estava numa lista para receber uma bolsa de incentivo à graduação (BIG), paga pela FAPERJ. Achei muito estranho que selecionassem uma formanda, bolsista de iniciação cientifica do CNPq, que já recebera ajuda de custo por ser cotista durante o primeiro ano de faculdade, para ainda receber uma bolsa da FAPERJ. Desta vez eu teria que trabalhar, mas o absurdo ainda estava por vir. O negócio era o seguinte, parece que daqui para frente, para ser bolsista seria necessário ser cotista. Cada professor teria direito a três bolsas BIG, no valor de R$214,00, que só poderiam ser concedidas a cotistas. Isto é um absurdo. Bolsa sempre foi uma questão de merecimento, talento, mas passou a ser esmola. E muitos cotistas - os inteligentes, esforçados, merecedores – já são bolsistas de projetos de professores há tempos (o que, modéstia à parte, foi o meu caso). Como não se pode acumular bolsas, o que tem acontecido é que não se conseguem cotistas o suficiente para preencher as vagas de bolsas BIG oferecidas. Por outro lado, alunos não-cotistas que moram distante, que não têm emprego, que vêm de famílias pobres, que precisam muito de míseros R$214,00, não podem preencher as vagas ociosas dos cotistas. Isto é racismo, é irascível, é cruel. Eu fui cotista porque descendo de negros (por parte de pai, o que inclui aquela minha tia Doralice que queria limpar a barriga das filhas), mas ninguém levou em consideração os meus bisavós portugueses (por parte de mãe). Todos nós somos meio africanos, meio europeus, meio indígenas, e por aí vai. Sou cotista, mas não vão me tornar racista, nazista. Estou aqui tomando as dores dos brasileiros de todas as cores que entram legitimamente numa universidade pública estadual e mesmo merecendo têm o seu direito à recompensa de seu talento negado por uma cambada de idiotas racistas que, infelizmente, estão mandando neste país.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ECO PORN

Email para meu padrinho, que decidi compartilhar com vocês:


05/04/2010, segunda-feira

Padrinho, essa eu preciso te contar!


Nesta semana santa fui acampar com o Eduardo (aquele meu ex-namorado que vcs conheceram) e com uns amigos nossos lá em Aldeia Velha, na divisa entre Casimiro de Abreu e Silva Jardim. É um lugar cheio de cachoeiras e super “alternativo”. Fomos lá pra um festival de Rock, o Aldeia Rock Festival, que também é conhecido como “ the little woodstock”. Ontem foi o último dia e a gente resolveu ir numa cachoeira mais distante e pra isso precisávamos que uns amigos hippies que estavam no campping do próprio festival (o que não era o nosso caso porque eu sou limpinha demais para aquilo, e aquele lugar praticamente não tinha chuveiro talvez porque o publico alvo não fizesse questão) fossem nossos guias. Enquanto nós os esperávamos, percebi uma tenda com umas pessoas muito loiras e muito estranhas na minha frente, também tinha uma faixa escrito “ECO PORN” e logo abaixo “SAVE THE PLANET”. Não entendi muito bem. O cara fazia uma bebida estranha e as meninas com umas roupas mal acabadas que pareciam lingerie. Enquanto eu olhava com estranheza as imagens num cartaz que pareciam ter sido tiradas do kama sutra, só que numa versão ecológica, desenhada na floresta, uma mocinha muito drogada veio me explicar do que se tratava.

Ela me perguntou se eu estava entendendo o que era e eu disse que não. Então ela explicou e me disse: Eles são estrangeiros (dois americanos e uma alemã) e vão viajando pelo mundo procurando voluntários que aceitem fazer sexo com seus parceiros ou com um deles em cenários como este – florestas, chachoeiras, praias – e filmam o ato como se fosse um filme pornô. Ninguém ganha dinheiro por isso, pois é um trabalho voluntário por uma causa maior. Os vídeos são divulgados no site deles e os acessos são pagos. Todo o dinheiro arrecadado no site é doado para ongs que lutam pela preservação da natureza e salvação do planeta.

Eu e minha criação cristã ocidental, que mesmo depois de ter largado o redio da santa madre Igreja ainda é uma criação Católica Romana, não pudemos deixar de fazer cara de espanto. Tentei disfarçar para não ofender a hiponga com a minha expressão mais do que aquilo tudo estava me constrangendo. Afinal, eu era quem estava no ambiente errado ali.

Mas fiquei chocada!

Voltei louca de vontade de te contar, talvez fosse essa uma modalidade de pornô que você ainda não conhecesse. Mas é tão dificil te apresentar algo que você não conheça!

É pena que eles não tivessem pra vender os DVDs, fica tudo no site e, do alto do meu espanto esqueci de anotar o endereço. Mas deve ser algo bem bizarro, beirando o engraçado!

Até que a experiência não foi de todo ruim: conheci gente que não usa sabão ou pasta de dente, banhos só de cachoeira, e são felizes assim (de fato nem cheiram tão mal); vi pessoas rolando na lama feito porcos felizes depois de tomarem chá de cogumelo; terminei de vez a história com o ex; não me droguei; não fiquei de porre, também não fiz sexo; dancei rock; ri bastante e me dei conta de quanto banho quente, cosméticos e a minha cama box são importantes pra mim!



Saudades tuas!



Beijos



PS: Não vai contar pras minhas tias, senão elas já vão querer me encaminhar pra uma clínica de reabilitação!