terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

E acabou o carnaval



Mascarada

(Zé Kéti e Elton Medeiros)

Vejo agora esse teu lindo olhar
Olhar que eu sonhei
E sonhei conquistar
E que num dia afinal conquistei, enfim

Findou-se o carnaval
E só nos carnavais
Encontrava-me sem
Encontrar este teu lindo olhar, porque

O poeta era eu
Cujas rimas eram compostas
Na esperança de que
Tirasses essa máscara


Que sempre me fez mal
Mal que findou só
Depois do carnaval



Neste ano resolvi me refugiar em Friburgo. Pensei: vou pra Serra, onde é frio e calmo. Vou dar paz ao meu coração. Já no ônibus conheci um belo rapaz que sentava-se no assento ao lado do meu. Um sorriso carnavalesco, ele tinha. Me ofereceu uma bala. Ah, aquela bala!  A conversa era dignia de um enredo nota dez. Certamente daria samba!
Resolvi ganhar aquele carnaval e convidá-lo pra me visitar. Ele aceitou e a noite foi apoteótica. Nunca havia tido um amor de carnaval antes... no lugar de do frio, a Serra ficou quente; a calma foi substituida por ansiedade, euforia, borboletas na barriga; eu que queria paz pro meu coração, me enamorei por um rapaz com Trevas no sobrenome. Acabou-se o meu sossego.
Findou-se o carnaval, eu troquei de máscara.
De volta à vida real e mais do que nunca ciente de que não fui feita para resistir a distâncias.